A série "Habitar Habitat", dirigida por Paulo Markun e Sérgio Roizenblit, explora de forma antropológica o tema da habitação no Brasil, conectando aspectos arquitetônicos às formas de organização familiar e aos saberes locais. Unindo valores estéticos a motivos práticos, a série revela como a arquitetura surge da necessidade de abrigo e se transforma em uma expressão cultural e autobiográfica de um povo. Na primeira temporada, a série busca entender a casa brasileira por meio de 13 exemplos de moradia, representando cinco séculos de ocupação no país. Desde a Maloca Indígena na Amazônia até a Casa Enxaimel dos colonos alemães em Santa Catarina, "Habitar Habitat" mapeia a cultura e a população brasileira, percorrendo mais de 5.000 km e visitando mais de vinte cidades. Com uma centena de depoimentos de moradores, urbanistas, arquitetos, historiadores, antropólogos e artistas plásticos, a série oferece um retrato abrangente e inovador da organização social brasileira através de sua arquitetura. Vai além das descrições das residências e técnicas construtivas, buscando entender as relações locais que moldaram as diversas formas de habitar. Na segunda temporada, o foco se desvia para a relação entre o indivíduo e seu modo de vida em espaços coletivos não convencionais. A série explora diferentes maneiras de viver nas fímbrias da sociedade, ou até à margem dela, incluindo faroleiros, residentes de ocupações, moradores de asilos de artistas, internatos e ciganos. Investiga como são esses espaços, como se dá a convivência neles, como os moradores se adaptam e em que medida conseguem reproduzir práticas usuais de outros cidadãos, como mandar os filhos à escola e festejar datas comemorativas. Examina como os espaços compartilhados condicionam a vida dos seus ocupantes de modo permanente, influenciando seu comportamento e modo de pensar. Este é o conceito que sustenta a série, investigando as limitações e peculiaridades dos espaços e seu impacto na vida de seus moradores.